Trabalhadores humildes fundaram, no Bom Retiro, o time de futebol que teria nome em homenagem ao inglês Corinthian Football Club, em excursão pelo país naquele 1910 – chamado de Corinthian’s team, em inglês. Os fundadores, que deixaram de lado as sugestões de Santos Dummont, Carlos Gomes e Guarani, ficaram mesmo com o Corinthians, que em dez dias já estreava contra o União da Lapa, equipe de várzea.
Do campo de um vendedor de lenha (“Campo do Lenheiro”) na atual Rua José Paulino, o Corinthians teve um campo junto à Ponte das Bandeiras e depois o Estádio Alfredo Schürig, no Parque São Jorge, para 18 mil pessoas. O uniforme, de azul marinho e creme, passou a preto e branco pela maior facilidade de se encontrar o tecido nessas cores. Hoje, as estrelas douradas representam os títulos brasileiros; a filetada em prata, o título do Mundial de Clubes da Fifa.
A década de 20 foi produtiva. A partir do título do Paulista de 1922, o Corinthians ficou conhecido como o “Campeão do Centenário” (do Brasil), somando dois tricampeonatos (1922/23/24 e 1928/29/30). Nos anos 50, fazia história o “Ataque dos 100 Gols”, com Carbone, Cláudio, Luizinho, Baltazar e Mário. Foram 100 gols em 30 jogos do Paulista de 1951. O Corinthians ainda foi campeão do Quarto Centenário, em 1954, conquistou a Taça dos Invictos em 1956/57, mas depois passou por um período difícil. Mesmo com um grande time, quando contava com Garrincha, já em decadência, foram 11 anos sem ganhar do Santos de Pelé, de 1957 a 68.
Em 16 de novembro de 1965 o Corinthians vestiu a camisa do Brasil em amistoso contra o Arsenal, da Inglaterra (que fez 2 a 0). Nos anos mais recentes, fizeram nome no clube jogadores como Wladimir, Casagrande, Viola e Rivelino, que foi titular durante por quase uma década, participando do tricampeonato da Seleção Brasileira na Copa de 70, no México, e que esteve na equipe que disputou a Copa da Alemanha, em 1974.
Também ficou na história do futebol brasileiro a “Invasão Corintiana” de 1976, com 70 mil torcedores no Maracanã, eliminando o Fluminense na semifinal do Brasileiro (o time perderia na final para o Internacional, de Porto Alegre). Depois de 22 anos, oito meses e sete dias, o Corinthians reconquistou um título paulista, em 1977.
Após o fim do jejum, a conquista de títulos seriam constantes ao torcedor corinthiano. Campeão paulista em 1979, seria bicampeão em 1982/83, além do título de 1988. Faltava ainda, porém, um título de expressão nacional, conquistado em 1990 com Neto em fase deslumbrante.
Esta conquista determina o início da principal época de títulos do clube do Parque São Jorge. Após assistir a grandes conquistas dos rivais Palmeiras e São Paulo no início da década de 1990, o Corinthians conquista a Copa do Brasil e o Paulistão em 1995, além do estadual em 1997 quando retomou a hegemônia de títulos estaduais.
Bicampeão brasileiro em 1998 e 1999, mesmo ano em que conquistaria novamente o estadual, o torcedor corintiano assistiu ainda à conquista do Mundial de Clubes da FIFA no Maracanã em 2000, além de novas conquistas estaduais em 2001 e 2003, entremeadas pela Copa do Brasil e Torneio Rio-São Paulo, vencidas em 2002.
Neste período, destacaram-se jogadores como Marcelinho Carioca, Ricardinho, Edílson, Rincón, Vampeta, Luisão, Dida e entre outros que entraram para a história do clube por participarem do período mais vencedor de toda a sua história, que ainda teria mais um título Brasileiro, em 2005 e a consagração de mais um ídolo: o argentino Carlito Tevez.
Em 2007, porém, o time viveu o pesadelo do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Retornou à elite nacional com uma campanha irrepreensível já no ano seguinte, quando também foi vice-campeão da Copa do Brasil.
Sob o comando de Mano Menezes, que assumiria a Seleção Brasileira após a Copa do Mundo de 2010, o clube sacramentou a volta por cima com a conquista do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. Como se não bastasse, a torcida ainda ganhou um ídolo: Ronaldo 'fenômeno' foi fundamental nas conquistas desta temporada e entrou para a história do clube como principal nome da equipe no ano de seu centenário.
O maior artilheiro da história das Copas do Mundo com 15 gols marcados encerrou a carreira em 2011 fazendo juras de amor à torcida corinthiana.
A passagem de Ronaldo pelo clube foi um divisor de águas em sua história. Já sem ele e com Tite no comando, o time do Parque São Jorge conquistou o quinto título do Campeonato Brasileiro em 2011, garantindo vaga na Taça Libertadores da América de 2012. Grande sonho do torcedor alvinegro, a conquista do título continental aconteceu em junho e foi apenas aperitivo para o que viria mais tarde: o título do Mundial de Clubes da FIFA ao derrotar o Chelsea da Inglaterra por 1 a 0.
Ávido por troféus, o Corinthians voltou a triunfar em 2013, quando foi campeão estadual contra o Santos e da Recopa Sul-Americana diante do São Paulo. Com 27 títulos paulistas na história, o clube mantém uma boa vantagem para os demais concorrentes.
Em 2014, a equipe não fez um grande estadual, caindo ainda na primeira fase. Já em 2015, caiu somente nas penalidades diante do Palmeiras, já na fase semifinal.
O símbolo corintiano é o autêntico D’Artagnan, personagem do escritor francês Alexandre Dumas, em um livro escrito em 1843: "Os Três Mosqueteiros". Em 1913, a equipe obteve o direito da Liga Paulista de Futebol de participar do Campeonato ao lado de Americano, Germânia e Internacional, considerados os três mosqueteiros na época.
Uma segunda versão para a utilização definitiva do mosqueteiro surgiu em 1929, quando o Corinthians venceu o Barracas, da Argentina, por 3 a 1. Esta primeira vitória em um jogo internacional repercutiu nas páginas de A Gazeta, com a proclamação do jornalista Thomas Mazzoni: o Corinthians venceu com “fibra de mosqueteiro”.